quinta-feira, 18 de março de 2010

Para não ler.

Para não ler o que se rabisca no caderno, fechar os olhos.
Para dissimular o que o olhar tenta esconder, sorrir.
Para não desejar o que preferiu omitir, esquecer.
Para sorrir, para esconder, para falar, calar, mentir, distrair: um poema.
Para não ler.

2 comentários:

Wendy disse...

Você escreve super bem, prima. - Jay

ricardo aquino disse...

Eu sei como escrever e não ler. Mas como se escrever, se inscrever e não se ler? Como abandonar o palco mesmo que o texto não faça mais sentido? Como apagar o passado, como esquecer a queda, o chão, se dele se levanta a essência da vontade e do poder? Como deixar a vida dar um passo sem o devido consentimento, esteja certo ou esteja errado? Como pretendes guardar poemas tão de tempestades, essa literatura de entrega em prol de uma existência reta, segura e precisa? Eu prefiro a tua luta, tua busca, tua poesia!