domingo, 14 de dezembro de 2008

A teus amigos

Teus amigos não são teus. Não lhe pertencem.
Não são como algo a que você se apegou demais e então, se nega a dividir.
Não são teus prisioneiros, tua linha de comando, não são tua mente.
Não carregam vosso nome, a não ser por pura consideração e amor.
Teus amigos.
Ah! Teus amigos são como pássaros que por algum motivo escolheram teus galhos para construir um ninho.
Talvez entendas, pássaros são livres para bater suas asas contra o vento, por mais que teus galhos (sob um olhar esgoísta) pareçam mais seguros e aconchegantes.
Teus amigos não são teus.
E são livres para amar a teus inimigos.

I was feeling insecure
You might not love me anymore
I was shivering inside
I'm just a jealous guy

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Cena

É um turbilhão de coisas, e nem sei mais o que sentir.
Nem sei se sou capaz de escolher alguma sensação, elas se vêm sem avisar e do mesmo modo me abandonam, dando lugar imediato a algo novo. Porque tudo é novidade, não importa quantas vezes visto ou sentido.
Nunca se têm mesmas visões num mesmo caminho.
As coisas se alteram diante dos nossos olhos, e a insensibilidade do tempo e da rotina mal nos permite ver.
Por isso decidi, que hoje, dou lugar a tudo, seja bom ou mal, já que é inevitável reverter todo um processo. Principalmente se não sabemos quando é o final.
Dou também meu sangue, faço o que posso, tento direcionar.
Se não, abrir os braços e deixar levar.
Minha vida 'tá passando, e eu não quero ser telespectadora, nem somente a atriz. Hoje é meu dia de me assumir como a diretora da minha própria peça. A peça que vou escrevendo a 16 anos (e me dando conta nesse exato momento, que tudo passou rápido demais), quase sem notar se a iluminação está boa, e se o figurino é o esperado.
Então, mando até onde poço, e espero do resto, o espetáculo final.

Second just to being born.
Second to dying, too.
What else would you do?

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Auto-destruição.

Talvez seja preciso que aconteça algo pra que eu tenha motivos concretos para me sentir mal. E talvez eu precise me sentir mal pra voltar a escrever qualquer coisa que me venha na cabeça aqui.
É quando me pergunto se sou só eu, ou se todos tendem a destruir a própria alegria, assim, ocasionalmente.
Ninguém "é" feliz pra sempre.
Eu não "sou" feliz por uma semana.
Ninguém é feliz (Felicidade é estado, não modo de ser).
Por mais que cante, que diga, que insista em acreditar, todo mundo guarda algo dentro de si. Todo mundo chora, todo mundo perde amor, perde amigo, perde a chance que tinha de (quem sabe) mudar tudo.
E mesmo que doa, mesmo que a gente tenha medo de voltar a ser como antes, ou de encarar um novo passo, é assim que a gente cresce.
Felicidade sozinha não leva a nada.
A gente precisa de colo, de chão, de gritar. De se aforgar nas próprias lágrimas, se trancar no banheiro, se sufocar no travesseiro. Segurar choro no meio de multidões, fingir que é forte, mostrar que é fraco. E de postar em blogs.
Ou de escrever qualquer coisa, em qualquer lugar, pra qualquer um ler, e te perguntar "Tá tudo bem com você?". E você dizer "Tá sim, não é nada".
Tô bem, não é nada.

I never get tired of puttin' myself down and
I never know when I come around

What I'm gonna find
(ligeiramente modificada)